Muito se tem perguntado se a palavra não estaria superada pela visualidade, velocidade e fragmentação transformada em espetáculo, que marcam esta nossa era da imagem. Todos nós sabemos que aí está um dos “nós górdios” do nosso tempo. Está mais do que evidente que estamos vivendo em plena civilização da imagem. Quer dizer, somos trabalhados diariamente, de manhã à noite, pela imagem, pela comunicação direta, visual, de contato direto, rápido... Mas há já algum tempo se vem descobrindo que só esse contato não basta para a dinamização interior do indivíduo, para o desenvolvimento de suas potencialidades, de maneira plena... Para esse estímulo, a leitura é fundamental. É o contato, a interação íntima do eu com a palavra escrita, com o texto, que o leva a desenvolver aquilo que o define como ser humano: a sua própria expressão verbal, sua fala, sua linguagem, sua própria palavra, sem a qual não há nenhuma relação profunda entre o eu e os outros que o rodeiam.Inclusive a leitura da imagem exige a palavra, a linguagem verbal, pois não existe imagem que possa ser compreendida sem ser “pensada”, isto é, transformada em palavras.
(Fonte: COELHO, Nelly Novaes. Literatura: um olhar aberto para o mundo. Disponível em:
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