quarta-feira, 7 de março de 2012

“OS MORTOS”: O CONTO DE JOYCE E O FILME DE HUSTON



Brunilda T. REICHMANN, PhD

Resumo: Utilizando as teorias de adaptação fílmica de Robert Stam, Brian McFarlane, Linda Hutcheon, entre outros, este artigo trabalha as transferências, adaptações, interpolações utilizadas por John Huston em sua adaptação fílmica do conto “Os mortos” de James Joyce, intitulada “Os vivos e os mortos”, em português. Tanto o texto ficcional quanto o fílmico retrata relações sociais e íntimas da sociedade irlandesa do início do século XX. Tendo como pano de fundo o severo inverno em Dublin de 1904, na primeira parte da narrativa (ficcional e fílmica) “participamos” do evento social promovido pelas irmãs Morkan e pela sobrinha Mary Jane, na passagem do ano. Huston intensifica a dramaticidade do evento ao incluir no filme um novo personagem, Sr. Grace, que declama um poema trágico traduzido do irlandês por Lady Gregory, enriquecendo assim ainda mais o caráter multimidial do filme. Na segunda parte, a narrativa volta-se para o “desencontro emocional” do casal Conroy, Gabriel e Gretta, sobrinhos das irmãs Morkan. O crescente afastamento e nostalgia de Gretta vão de encontro ao crescente desejo e expectativas do marido, que acaba por ouvir da esposa a revelação de um acontecimento trágico de sua juventude.

Palavras-chave: Narrativa ficcional e adaptação fílmica. 

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